terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Vertiginoso...

Estava com saudades. Confesso que escrever num país em que o ministro de Meio Ambiente é aliado dos que detonam a Amazônia, onde o Ministro da Educação escreve com uma incorreção gramatical de fazer corar um jumento e que tem ministros terraplanistas teleguiados por um "filósofo" que nem tem ensino Fundamental, enfim, é ato de coragem, ou de falta de juízo, sei lá.

O que importa é que o Brasil está a dois passos do paraíso do tapete vermelho, o red carpet hollywoodiano, com as produções "Dois Papas" e "Democracia em Vertigem". E, nas palavras que peço emprestadas do grande Mario Jorge Lobo Zagalo, tem gente que vai ter que engolir. E haja maionese!

O documentário da diretora Petra Costa, "Democracia em vertigem" se ocupa de um dos maiores acontecimentos da história recente do Brasil: o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Aquela maldita noite de 2016, em que deram descarga na democracia, com direitos a pérolas como as do atual ocupante do Palácio do Planalto...

Na obra, Petra dá uma abordagem pessoal do fato histórico, narra em primeira pessoa, contadora de causo das boas! Uma prosa contada e bem contada. É a perspectiva de alguém que sempre se identificou com a esquerda, em especial com o PT, filha que é de históricos militantes das alas à gauche da política brasileira.

Petra narra a sequência de fatos organizados para além dos fragmentos dos jornais. Além de capturar o retrato do Brasil do impeachment, a cineasta mergulha em fatos políticos do passado para entender como o país chegou até seu momento atual. Essa análise começa nos anos 1970, com a transformação de um país que ainda lutava para desvencilhar-se de uma ditadura militar sangrenta (aliás cultuada pela turminha que está hoje no poder...) enquanto alçava à liderança política um certo metalúrgico sindicalista, Luís Inácio...

É um filme necessário pra quem quer entender todo o processo que ocorreu neste país nos últimos anos, com toda sua "direitização" e jogadas rasteiras. E, arrisco a dizer, vai ter dona Petra desfilando no red carpet!

Pra dar um confere, pega a pipoca e bota no Netflix!!!

ola, instituição coxinha

Uma coisa que me deixa com raiva é o hábito que muitos alunos têm de colar. Aí é aquela coisa quase desesperada, os caras e minas não confiam em seus cérebros, não acreditam em reservar uma meia horinha, quem sabe uma, de seu dia, para ler, ler coisa que preste. Preferem ficar engendrando bilhetes em letra minúscula, enfiados sabe Deus onde, para poder consultar na prova, achando que o/a docente é idiota ou coisa do tipo.
Pessoalmente, como ex professor e atual aluno, recorrer a tal artifício é atestado de canalha. É dizer pro professor, pra professora: "é, não estou nem aí de usar meu tempo para me dedicar a essa matéria chata, que nunca vou precisar pra nada, eu é que sei, sou o/a cara!" ... E a pessoa vá afirmar coisas que não sabe na prova, gerar uma nota fictícia e um rótulo sapiente falso.
Corta. Vemos o avanço do "pensamento" à la droite que polui os dias de hoje, com os olavos da vida se dizendo filósofos, os avatares antipetista se revelando pulhas de marca maior, como aquele ex presidente da Câmara e seus seguidores, para ficar por aí, esse pessoal que idolatra deputados homofóbicos, "atores" se fazendo autoridades em educação, âncoras de talk-show vociferando gracinhas fascistas e por aí vai.
Nisso, vejo o avanço do ato de colar e da cola. O telefone celular passa a ser um aliado de tais expedientes. Se você pede o telefone dos alunos na hora da prova, é taxado de repressor. Alunos/as "espertos" vão ao banheiro durante prova, com seu telefone, e tome consultas relâmpago ao oráculo Google...e como você prova isso?
Noto que a ideologia do "se dar bem" vem de braços e abraços com o pensamento direitista, com a lógica de progredir pisando no pescoço alheio. Ambas situações se irmanam com o mesmo princípio de buscar o sucesso sem importar o preço. E para tal, os métodos honestos não servem, pois seus resultados são demorados e de longo prazo. Lembro de uma aluna, ao indagar porque o desespero pela cola, ela dizia "não ter tempo". Tempo é questão de prioridades gerenciáveis. Você determina o que é importante. Várias vezes acordo pelo menos uma hora antes do habitual para estudar. É cansativo mas dá certo! É o único jeito de realmente aprender, sem que seja um ato falso, uma mentira.
Pense nisso: os que seguem essa mesma lógica de quem rouba numa prova colando...não diferencio um grupo de outro! E olha que estou afastado do lado de frente da sala de aula faz um tempinho...

Extração de DNA em sala de aula

Adaptado do texto de Valesca Veiga Cardoso Casali, Emerson A. Casali e Carlos Augusto B.M. Normann, publicado originalmente em NORMANN, CABM (ORG.) Práticas em biologia celular. 2. ed. Porto Alegre: Sulina; Porto Alegre: Editora Universitária Metodista IPA, 2017. 303 p. Uso para trabalhos escolares permitido, desde que citando a fonte e os autores e autora.

Introdução

Macromoléculas de grande relevância biológica, os ácidos nucleicos, são usados pelas células de todos os organismos vivos para fornecer as instruções sobre os processos celulares, além de estocarem e transmitirem essas informações. A informação genética é decifrada através de um código genético, cuja tradução resulta na síntese proteica.

Existem dois tipos de ácidos nucleicos, ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA). Eles são polímeros lineares de monômeros de nucleotídeos unidos por ligações fosfodiéster. Existem quatro tipos diferentes de nucleotídeos tanto no DNA quanto no RNA. Os nucleotídeos são
compostos de um grupo fosfato, uma pentose (açúcar) e uma base nitrogenada (púrica e pirimidínica), todos esses unidos por ligações covalentes. A pentose do DNA é a desoxirribose, e a do RNA é uma ribose. As bases adenina, guanina e citosina estão tanto no DNA quanto no RNA, mas timina somente é encontrada no DNA, e a uracila no RNA.

Watson e Crick, em 1953, propuseram o modelo tridimensional do DNA baseado nos estudos de Franklin e Wilkins. Esse modelo demonstra que o DNA é uma dupla hélice e que duas fitas de DNA se enrolam em torno do eixo das hélices. O DNA das células eucariontes apresenta três frações caracterizadas pelo grau de repetição, apresentadas na sequência.

DNA singular ou de cópia única

Constitui a maior parte do DNA no genoma. As sequências que codificam proteínas (isto é, a porção codificadora dos genes) compreendem apenas uma pequena proporção do DNA de cópia única.

A maior parte do DNA de cópia única encontra-se em extensões curtas, entremeadas com diversas famílias de DNA repetitivo. Proporção do genoma: 75%.

DNA repetitivo disperso

Consiste em sequências relacionadas que se espalham por todo o genoma, em vez de ficarem localizadas. Os elementos repetidos dispersos mais exatamente estudados pertencem à família Alu e à família L1.

Família Alu

Tem essa denominação porque a maioria dos seus membros é clivada por uma endonuclease de restrição bacteriana denominada Alu I, instrumento importante da tecnologia do DNA recombinante. Os membros dessa família têm um comprimento de cerca de 300 pares de bases e são relacionados uns aos outros, mas não exibem uma sequência idêntica. No total existem cerca de 500.000 membros da família Alu no genoma, estimando-se que constituam 3% do DNA humano.

Família L1

Constitui sequências repetidas longas encontradas em cerca de 10.000 cópias por genoma. Assim, embora haja muito menos cópias nessa família do que na Alu, seus membros são bem mais longos, e a contribuição para a constituição do genoma é cerca de 3%.

DNA satélite
Envolve sequências repetidas (em tandem) agrupadas em um ou em alguns locais, intercaladas com sequências de cópia única ao longo do cromossomo. As famílias de DNA satélite variam quanto à localização no genoma, comprimento total da série em tandem e comprimento das unidades repetidas que constituem a série.

As técnicas e as manipulações ligadas aos ácidos nucleicos têm sido grandemente exploradas desde a década de 1970; hoje, essas técnicas têm fornecido à ciência, à medicina e à indústria grandes avanços.

Extrair e isolar ácidos nucleicos de tecidos em quantidade suficiente e integridade são essenciais na prática da biologia molecular. Neste blogue, descreveremos uma metodologia de fácil reprodução, através de uma técnica de baixo custo e facilmente multiplicável, em especial em escolas de Ensino Médio e Fundamental. É uma adaptação da metodologia de Diane Sweeney Labs Biology: Exploring Life© Pearson Education.

Objetivos
Permitir extrair ácidos nucleicos de células de pseudofrutos de morango, que podem ser facilmente utilizados em sala de aula porque são muito macios e fáceis de homogeneizar. Compreender a função dos passos da técnica, bem como dos reagentes envolvidos.

Materiais
Amostra de tecido vegetal (um ou dois morangos), estilete, placa de petri, bastão de vidro, banho-maria 60 °C, erlenmeyer, proveta, tubos de centrífuga ou ensaio, funil, papel-filtro, álcool gelado (96%), NaCl, detergente, água destilada.

Procedimentos

1. Preparação do tampão de extração: misture em um tubo de centrífuga ou ensaio 6 ml de detergente e 3 gramas de NaCl, complete para 50 ml com água destilada (com o uso de proveta se possível). Aqueça o tampão em banho-maria a 60oC.
2. Picar em uma placa de Petri um ou dois morangos (sem as sépalas) em pedaços pequenos.
3. Adicionar a amostra no tampão de extração aquecido.
4. Deixar em banho-maria a 60 ºC por 10 minutos.
5. Filtrar a mistura com papel-filtro, recuperando o filtrado em um erlenmeyer (ou em um frasco de vidro), que deve ser resfriado.
6. Adicionar álcool gelado (96%) ao filtrado, deixando o álcool escorrer pela parede do vidro LENTAMENTE. Formam-se duas fases, a superior, alcoólica e a inferior, aquosa.
7. Misture as fases e observe a formação de fios esbranquiçados, que são aglomerados de moléculas de ácidos nucleicos (DNA e RNA e polissacarídeos).

A extração de ácidos nucleicos de células eucariontes consta fundamentalmente de duas etapas:
Ruptura das células para liberação dos núcleos, que é feita pela ação do detergente sobre os lipídios da membrana.
Desmembramento dos cromossomos em seus componentes básicos, DNA e proteínas: feito a partir da saturação com o sal de cozinha, bem como pelos íons fosfato presentes no detergente. O morango é usado por apresentar células grandes, que se rompem quando são picados. O detergente desagrega os envelopes nucleares e as membranas das células, liberando o DNA. Um dos componentes do detergente, o dodecil (ou lauril) sulfato de sódio, desnatura as proteínas, separando-as do DNA cromossômico. O álcool gelado, em ambiente salino, faz com que as moléculas de DNA se aglutinem, fo
rmando uma massa filamentosa e esbranquiçada.

quando eu soltar a minha voz, por favor entenda....

...que palavra por palavra, eis aqui uma pessoa se entregando, diria o Moleque de São Carlos, grande Gonzaguinha. E sonhos não envelhecem. Essa foi escrita por Lô Borges, Márcio Borges e Milton Nascimento, em uma de suas mais lindas canções, "Clube da Esquina no. 2". E é fato.
Desde que comecei a me interessar por música, alimento a vontade de querer mais, de querer saber mais, me aperfeiçoar na coisa toda...
Se os primeiros acordes vieram, lá na adolescência, vencendo o desafio de ser canhoto e usar o violão como destro, eles logo tomaram corpo. A influência do ambiente da igreja ajudou a ter um motor para ir atrás. Não que significasse algo fácil. Não que igreja seja garantia de bondade humana. Muitos "nãos" ouvidos. Muita portas fechadas. Muito desdém. Muito "ah, fulaninho toca"... Mas faz parte... Doeu, mas tô vivo.
Encadeamentos, harmonias, chord-melodies, aos poucos vão se achegando. O gosto pessoal pela MPB me fez ir atrás de saber mais, de tocar melhor, de nunca me contentar com o violão tocado de maneira tosca e medíocre. Nunca quis ser o "violoneiro" que engana, ou tenta enganar, tocando aquela meia dúzia de acordes mal enjambrados, como que fosse enganar aos incautos.
Ombros de gigantes, como Lúcio do Cavaquinho, Cláudio Miranda, Fernando Pereira e, mais recentemente e por curto mas bem aproveitado tempo, James Liberato, me fizeram ir mais longe, no braço do violão e, mais recentemente, da viola caipira, de dez cordas e afinada como um acorde aberto de Mi Menor. O gosto em estudar Harmonia, Composição, Improvisos, me abriram as portas da graduação no IPA. Os que dois anos antes eram colegas de magistério superior, passavam a ser meus mestres e mestras. O papo com a profe Elisa Cunha, então coordenadora do curso, um dia antes do Vestibular ajudou a dar o passo que faltava, gratidão eterna! Sim, fiz questão de fazer o Vestibular, em que pese uma graduação e um mestrado na paleta. Pela porta da frente, sim!
De uma dessas pessoas de luz, uma docente, ouvi uma fala que me fez romper anos, décadas, de menos valia. Ao realizar uma prova prática de uma das disciplinas iniciais de Teoria e Percepção (não a própria, mas uma introdutória), a professora, a querida Nisiane Franklin, ao me ouvir solfejar o trecho da prova, acusou: "bah, está bem afinado, no tom certo". E foi o que bastou. O esforço ganhou asas. O estímulo, na medida correta, virou combustível para incentivar o ir adiante. Mestra Jaqueline Barreto me fez abrir a boca, respirar decentemente e mandar ver... gracias! O mesmo se aplica à flauta, descoberta relativamente recente, por estímulo da madrinha acadêmica Kiti Santos. Há que lapidar essa pedrinha, mas é possível!
Descobri a voz, sempre zoada por A ou B ou C, inclusive onde esperaria a acolhida e incentivo, mas tive o desprezo e desdém, sempre desmotivadoras pessoas, onde nem sequer esperava encontrar. Me arrisquei a usar esse instrumento numa prova de Harmonia, do lendário Carlo Pianta. É... e deu certo, creio eu! Ainda há que evoluir muito. Quem sabe mais e mais metas para o pós formatura...jacaré parado vira bolsa.
A vertente de compositor veio à tona, enriquecida pelos novos conhecimentos, por novas linguagens musicais. O saber mais, o ter novas ferramentas de criação, me deixaram um compositor mais prolífico no trabalhar a palavra e canção. A prova é o registro de algumas obras, aos poucos, escrevendo-as na partitura, graças ao editor adequado. Aos poucos vai...
O escrever ciência pelos óculos da Música, estimulado que fui pela profe Cecília Torres, está no prelo. Vamos enveredar por esse caminho, há o que contar e que cantar. As aulas dos professores Ayres Potthoff e Paulo Dorfman, recheadas de histórias e História, me sinalizam algo nesse sentido. A História da Música, em especial da música urbana de Porto Alegre, é um prato farto e cheio...
Ter colegas ajudou muito. Gente cujos nomes via em encartes de CDs, ali, ao meu lado, na sala de aula...baita incentivo, grandes incentivadores, na humildade das pessoas grandiosas de verdade, que se tornam incentivadores únicos e únicas... gracias, pessoal!
Agora, fica o in
centivo daquelas três que sempre vieram com o estímulo positivo, Ka, So e Cla. Agora, o rito acadêmico. A certeza de que o sonho podia estar dormindo, mas nunca envelhecendo.

I'm Back!!!!

" Pensou que eu não vinha mais, pensou Cansou de esperar por mim Acenda o refletor Apure o tamborim Aqui é o meu lugar ( Mandaram me ch...